terça-feira, 29 de setembro de 2009

Morte

Bom nestes dias falando com a Alice, não lembro bem como começou o assunto, mas falei que quando a gente morria virava uma estrelinha, passou um tempo e ontem não sei o pq, mas ela falou que ia me matar, ai falei que eu ia morrer então, ela começou a chorar de uma maneira que fazia muito tempo não era choro de manha e sim um choro de sentimento as lágrimas caim no seu rostinho lindo, peguei ela no colo acalmei fiz um carinho até que o choro foi passando, e o Matheus em nossa volta fazendo um carinho na Mana sem entender nada, mas ali solidário tentando ajudar.
Agora fico me perguntado se agi da maneira correta, ou deveria ter falado a verdade que nossa vida é um ciclo que nascemos, crescemos e morremos, mas como falar isto para ela se eu mesmo não consigo falar neste assunto.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Texto Lya Luft - Quando Morre uma Criança

Lya Luft
Quando morre uma criança
"Menininha que iluminou este mundo tantas vezes feio e cruel, você vai continuar entre nós, na memória de sua passagem breve como a de uma lanterna mágica que vara o céu"

Diz um filósofo que toda morte de uma criança é a refutação da existência de Deus. Eu acho que cada morte de uma criança enfatiza o mistério no qual estamos mergulhados, e que não é silencioso: ele fala alto. Então nos atordoamos para não ouvir, fugimos dele para não o perceber, recorremos a mil atividades e distrações numa agitação insana – horários, compromissos e prazeres, buscamos e perdemos, corremos e não chegamos nunca, nem sabemos aonde queremos ir.
Eu nunca tinha visto uma criancinha morta. Nunca tinha ido ao velório de uma, e quase me acovardei, quase não fui. Mas o carinho pela família, e por essa menininha que tantas vezes vi correndo e brincando, com a qual tive alguns diálogos deliciosos, me deu coragem. E fui. Alguém murmurou: parece uma boneca numa caixinha. Ela, a pequena, serenada do sofrimento que ocupou quase todo o espaço dos seus poucos anos, dormia o seu sono enigmático. Nós, adultos de todas as idades, chorávamos. Uns pela perda da pessoazinha amada, outros condoídos pela dor dos amigos, outros, ainda, esmagados pela fragilidade que a doença, o sofrimento e a morte nos fazem sentir.
Amor e devoção imensos iluminaram a vida dessa criança e a todos ao redor. Esse foi talvez o legado maior que a menininha que partiu nos deixou: ao lado da dor e da aniquilação, do desespero e do medo, também existem o bom, o belo, o forte, o amoroso, a devoção e a lealdade – mesmo que tanta coisa fora de nós, de nossa casa e nossas amizades nos pareça decadente ou ameaçadora. Pois todo dia ao acordar somos assaltados por notícias que causam melancolia ou indignação, visões de cinismo, conchavos perversos, desprezo pela honra e falta de modelos positivos. Pouco se faz. Nada se faz. Vivemos ao ritmo desse triste refrão: "as coisas são assim mesmo", "é a vida", "política é isso", "impossível administrar a violência", "o narcotráfico manda em toda parte", "uma maconhazinha só não faz mal", "ninguém tem nada a ver com minha vida", "não adianta querer mudar", e assim por diante.
Por toda parte, famílias em crise. Pais omissos ou ocupados demais não sabem o que fazem filhas de 10 anos em festinhas sem o cuidado de adultos; pré-adolescentes transam, curtem bebida, maconha ou drogas pesadas, depois que o primeiro cigarrinho abriu as portas. Numa grande festa, jovenzinhos bêbados ou drogados vomitam ou dormem nos banheiros de um clube elegante. Adultos passam cuidando para não sujar os sapatos. Só acontece algo quando uma dessas crianças passa realmente mal, e é preciso chamar a ambulância. Onde estão os pais? Vão me achar rigorosa demais, mas eu insisto: onde estão os pais? Sabem onde andam os filhos, com quem convivem nas longas horas fora de casa, têm consciência do quanto são responsáveis? Este é um dos dramas da maternidade e paternidade: teve filho, é responsável. Quem ama cuida. E que seja com alegria, ou não vale. Não funciona. É de mentira.
Escrevo essas coisas rudes, pelo seu contraste com meu verdadeiro assunto: uma criança, enferma a maior parte de sua vida, e sua família provaram que neste mundo também existe verdadeiro amor, que é dedicação. Sem saber, ela ensinou os outros a ser ainda mais unidos e mais amorosos, eles que tudo dariam para preservar a luz daquele seu tesouro, mas tiveram de se render ao destino, à enfermidade, à morte – não importa o nome. Junto com o sofrimento, ficaram para sempre a claridade, a doçura e a força que vão continuar emanando dessa dura experiência transformadora, e daquela figura travessa, inquieta, corajosa, de grandes olhos escuros que me fitaram tão sérios quando lhe perguntei brincando:
– Você não quer um dia desses dar uma volta comigo na minha vassoura de bruxa?
Sem traço de dúvida ou hesitação, ela disse:
– Eu quero!
Menininha que iluminou este mundo tantas vezes feio e cruel, você vai continuar entre nós, na memória de sua passagem breve como a de uma lanterna mágica que vara o céu. Mas esse passeio eu fiquei te devendo. Um dia, quem sabe, quando todos formos poeira de estrelas.
Lya Luft é escritora
Texto revista Veja - 9 de setembro 2009.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Dor da Perda

Bom já se passou 5 anos que uma grande amiga virou meu anjo da guarda a Fabíola mais conhecida com Bimba e a dor ainda continua, mais branda mas ali todos os dias cutucando um pouqiinho, em uma lembrança, uma foto, um perfume uma ida ao Iguatemi.
Lembro como se fosse hoje o primeiro dia que a gente se viu, foi no seu aniverssario eu a nova namorada do seu primo hoje meu marido Leo, nossa achei ela muito cheia, e foi ressiproco, pois ela tbm nao gostou nenhum pouco de mim. E aos poucos fomos criando uma grande amizade, sincera e eterna pois sempre vou guardar ela no meu coracao. Ela se foi muito nova tinha apenas 26 anos, rapidamente transformou minha linda e alegre amiga em uma pessoas triste, mas que mesmo assim lutou com suas forcar para ganhar a guerra contra o cancer.
Na vespera de sua morte falamos durante 45 minutos, coisa que nao faziamos a meses, pois as coisa andavam bem complicadas, hospital, exames, cirurgia e sonhada alta, so voltava ao hospital para fazer o tratamento.
Como foi bom conversar durante estes minutos, hoje penso que se eu soubesse teria ficado mais e mais tempo, provavelmente largado tudo e ido ate a casa dela e ficar junto cada minuto, durante nossa conversa ela me fez uma pergunta se eu estava gravida respondi que ela ainda nao ia ter uma afilhada para mimar e comprar muitas roupas rosa, nossa eu nao gostava de rosa, mas a Bimba amava rosa. Dias apos sua morte aquela pergunta nao saia da minha cabeca Paula tu ta gravida esperei mais um dia e fui fazer o HCG, um momento triste pela nossa perda se tranformou em uma alegria que transbordava, tudo voltou a ter sentido novamente. Sera que ela sabia, ja que perguntou? Nossa acredito que ela seria a Dinda perfeita coruja e amavel.
Amiga onde quer que voce esteja, saiba que Amei e ainda Amo muito sentimos muito a tua falta.
Os piscologos dizer que com o tempo a dor passa, acredito que nao so diminui e no lugar da dor um sentimento de saudades vai tomando conta, lembrando dos bons momentos e esquecendo os tristes.
Hoje nao tenho mais sonhos dela no hospital ou em sua casa qunado estava recebendo socorro, e sim sonhos bons onde estamos aproveitando as festas, a gente saia muito para dancar.